janeiro 16, 2009

vicinu



Ser vizinho é uma relação muito próxima, e isso as vezes gera conflitos. Nesses meus anos de vida, que não são muitos, sempre morei na mesma residência, sempre foram os mesmos vizinhos. Cresci com a “Deninha” ao lado, quando tinha mais ou menos uns 4 anos, adorava ir pra casa dela, e ficava lá assistindo TV e comendo os seus lanches. Ela tinha uns 25, 26 anos, e quando voltava do trabalho sempre trazia um Baton pra mim.. eu era apaixonada por ela!
Minha mãe sempre teve uma ótima relação com ela, de vizinhas mesmo, aquilo de ir pegar uma xícara de açúcar emprestado, participar de todas as festinhas e nas que não participava, levava o pedaço de bolo, essas coisas. Cresci, e ela ainda vive aqui, do meu lado, agora com um filho e um poodle insuportável que não para de latir!
Nunca tivemos problemas com vizinhos aqui, porém na casa da ilha é um inferno!!Somos vizinhos de um estaleiro. 8 da manhã, ou seja, praticamente madrugada, e você é obrigado a sair de casa por que o barulho é ensurdecedor!!! Não dá pra assistir televisão, ouvir um radio, ler uma revista? Acorda!! Sem contar que eles estão conseguindo destruir parte do manguezal e nenhum órgão é capaz de acabar com aquilo. Parece que estão cegos, ou simplesmente não dão a mínima para o que está acontecendo, até porque reclamações já foram feitas, várias, principalmente por nós, que queremos acabar com dois problemas numa cajadada só!rsrs
As maiores reclamações que escuto sobre vizinho, são dos meus amigos que moram em apartamento. É barulho do apartamento de cima, a vizinha do lado ouve som alto até tarde, as festas no PG que parecem eternas, a outra tem um cachorro chato, dentre outros. Na casa de uma amiga minha, tem uma vizinha que trabalha na Petrobras, então vive viajando e deixa o lixo na porta do apartamento dela! Algumas pessoas conseguem passar dos limites e não sabem respeitar o espaço dos outros, invadem, “agridem”, e é isso que torna essa relação insustentável.
Uma tentativa para tornear essas tensões, é o diálogo. Meu pai sempre dizia que uma boa conversa resolvia tudo. Ela nunca gostou de bater nos filhos, e evitava ao máximo. Claro que umas palmadas de vez em quando rolavam, mas acho que para ele, doía muito mais bater.
E quando a conversa não resolve, a solução é denunciar.
Outro dia, estava tomando banho quando ouvi a TV da Deninha anunciar o JN. Eu nunca assisto esse jornal, na verdade mal assisto a Globo, porém o que me chamou atenção foi o Bonner “divulgando” a “guerra” que está acontecendo entre Israel e Gaza. Guerra?? Tenho lá minhas divergências em relação ao uso dessa palavra para o conflito que está acontecendo. Pra mim soa muito mais como uma matança do que uma guerra.
O desentendimento entre os países não começou recentemente, começou quando o FATAH que era o grupo político que governava o território de Gaza, foi expulso pelo HAMAS.
O Hamas, juntamente com o Hesbolah, são grupos que têm como visão retirar Israel do território, e não aceitam em hipótese alguma a convivência [o Fatah aceitava].
Então, faz uns 3 anos que Israel vem sendo bombardeada, só que agora, alguns elementos na política local e internacional favorecem a INVASÃO [e não guerra] Israelense no território de Gaza; são esses, a proximidade das eleições Israelenses e a sucessão presidencial nos EUA [mudando de Republicanos para Democratas].
Entretanto, a população Israelense se adaptou a conviver com os bombardeios, quando os misseis saem de Gaza, o estado de Israel detecta e soa um alarme nas principais cidades [ ex.:Sderot], e a grande maioria das construções possuem quartos blindados onde os habitantes podem se refugiar ao ouvir a sirene que avisa que o foguete está vindo.
Eles sabem onde, como, e em quanto tempo realizar para se proteger.
Já em Gaza, com uma população bem mais pobre e desinformada, tem menos proteção, e certamente... sem alarmes.
O interesse Israelense parece estar bem claro: entrar na faixa de Gaza para destruir o Hamas, matar, digo prender as lideranças locais ligadas ao partido que eles chamam de “terrorista”, e fazendo isso, ganhar as eleições [bem no estilo populista!!].
Ao redor do conflito, Obama já disse que é a favor da paz na região, mas não quer se envolver com questões de raça, território e religião [ele não quer polêmica]. O Egito, por sua vez, está fazendo vistas grossas para a invasão Israelense [ é outro governo palestino moderado aliado do Fatah]. Assim também o Líbano, governado pelo Hesbolah [que surgiu depois da última guerra na região, quando Israel derrubou Iasser Arafat] não está interferindo [como aquele vizinho que mora no andar de baixo ou no de cima, mas não se envolve nos desentendimento alheio].
Esse, é mais um caso de dois vizinhos que não sabem viver juntos, e a cada dia que passa, parece que esse conflito não terá fim. Israel não tem poder para destituir os palestinos, e nem os palestinos para expulsar Israel da região. Na verdade, para alguns já teve. Israel conseguiu vitimar 1.105 pessoas e 5,1 mil ficaram feridas desde o início da ofensiva, em 27 de Dezembro.
Do lado Israelense, 13 pessoas morreram, sendo três delas civis, segundo o Exército do país.
Essa, é daquelas brigas entre vizinhos que passa em programas de TV, mas nem a Márcia Goldsmith consegue resolver! Quem dera fosse mais um caso de família!

We Are Raging...WeAreRetarded