
Enquanto ele colocava colheradas de açúcar no café,
ela, com um olhar libertino,
observava o seu doce deleite.
Com aqueles gestos que tocavam na alma,
atravessava nos poros aquele aroma de café,
do café,
o qual saboreará nos lábios agora quentes,
e em breve,
dele.
E precisava que cada detalhe fosse fosco,
assim como na manhã amada,
certeira, rápida e desejável.
mirava seus olhos no vaso de leite
e se perdia.
se encontrava observando um espelho,
mirando aquela que a feria de inveja,
aquela que era o que queria ser,
mas que logo seguiria com o calor, suor e abraços,
e cada vez mais depressa.
e sabia que ela, a mulher no espelho
era mais do que a sua face, era a sua alma, eu.
E agora preciso de alguém que entenda as minhas linhas tortas...