janeiro 06, 2011

Poeira baixou

As vezes sou como a poeirinha varrida, largada num canto. Na parede.
E ali permaneço quietinha até você passar e me pisar, me espalhar um pouquinho ou levar como um lixo pra qualquer lugar. E assim eu aceito. Assim sou sua. Quero mesmo que dessa forma.
Mas ontem eu era poeirinha no canto. Você passou e vez pouco caso. Passou e não voltou mais. Foi pra rua. Levou uns pedacinhos de mim colados na sola. E as vezes sinto as pisadas.
Acontece que um vento passou e me espalhou por toda a rua. Me levou para fora. Fora onde você não me encontra mais. O vento me levou distante. Me vez conhecer um céu azul e é gostoso voar aqui em cima.
Hoje sou uma poeirinha feliz, não tenho mais um canto, agora tenho um mundo.