O mundo sempre pede que eu rode, mas eu nunca rodo. Fico parada, vendo todo esse movimento frenético. As pessoas precisam parar de sair da minha vida. E de me invadir. Pelo menos tão dolorosamente. O pior de toda essa vida cibernética é a facilidade que encontro em saber tudo sobre você. Onde vai estar, com quem, a que horas. Tudo. E amo me sentir uma detetive. Todos os dias. Principalmente quando não responde as minhas mensagens. Ou não conversa comigo. Ou nem me olha. Odeio imaginar que aos poucos a minha imagem vai se desconstruindo na sua mente. Eu queria ser a sua memória. Eu queria ter o teu controle. Eu só quero você pra mim. E não apenas quando o meu time vence. Ou você perde no jogo. Como se fosse possível ter alguém nessa vida. Seria repetitivo dizer o quanto gosto do seu sorriso, dos seus olhos, do seu jeito de jogar o cabelo, de franzir a testa, de estar ao meu lado...? Falar do nosso amor ficou proibido agora? Só porque ele não é pra sempre? Hoje cansei de olhar pela enésima vez todas as suas fotos e as fotos nas quais foi marcado. Mesmo sendo sempre uma nova descoberta. Mesmo sendo só pra reconhecer expressões. Quero te-las vivas quando estiver aqui. De volta. Eu te sigo. Você me segue. E a gente vai assim. Um seguindo o outro. E achando graça na vida. Estou aprendendo com você o quanto é difícil estar distante. A nossa verdade é que não existe amor mais perfeito do que o nosso, platônico que agora é recíproco.
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Há 10 meses