Me ligue às oito em ponto. Diz que tem saudade e pressa pra me ver.
Minta, minta bastante, me excite com tanta mentira. Não diz que quer casar, mas que quer passar o resto da vida ao meu lado. Não preciso de títulos. Não dê nomes. Também não me enrole! Ao menos finja compromisso. Me rejeite, dê gelo. Fuja. Volte. Me prenda nas suas presas. Me chame pelo nome errado. Bata a porta na minha cara. Deixe os telefones desligados. Não responda. Me deixe esperando. Mantenha as suas cuecas jogadas no chão. A toalha molhada na cama. A escova largada na pia. Quebre minhas sombras. Escondo o meu passado. Um tapinha de leve pode até ser bom... às vezes. Se atrase para o almoço. Não volte pro jantar.
[Todas as minhas únicas palavras, fadadas por essa coroa de espinhos, sangram esses malditos milagres que não aconteceram.]